SENTAR-SE
MUDO DIANTE DE UM PROFESSSOR NÃO FUNCIONA MAIS
Se alguém congelado
a 300 anos, acordasse hoje e observasse as profissões:
- um médico numa
sala de cirurgia, um piloto na cabine de um jato, um engenheiro projetando um
automóvel com sistema de CAD -, certamente ficaria maravilhado ao ver como as
tecnologias transformaram o trabalho.
Mas se a mesma
pessoa entrasse numa sala de aula na universidade, não teria dúvida de que algumas
coisas não mudaram. O ensino no velho estilo, com o professor de pé em frente a
um grupo de estudantes, ainda permanece ativo em muitas universidades.
Trata-se de um
modelo de mão única, focado no professor. E o aluno fica isolado no processo de
aprendizagem. No entanto, os estudantes que cresceram num mundo digital
interativo aprendem de forma diferente. Eles querem uma conversa animada, não
uma palestra.
Querem uma educação
interativa, não um ensino baseado em difusão. Esses estudantes apresentam novas
demandas às universidades e estas não podem ignorá-las.
No modelo
industrial de produção de estudantes em massa, o mestre é o transmissor. Um
sistema de difusão corresponde àquele que transmite informação do emissor para o
receptor, em sentido único e linear. Certo, esse sistema é aperfeiçoado em algumas
disciplinas, mediante ensaios, laboratórios e seminários. E muitos professores trabalham
para ir além, mas em geral o modelo permanece dominante.
O modelo de difusão
pode ter sido adequado para os que nasceram nos anos 40 e 50, cresceram em modo
de difusão, vendo TV, e recebendo difusão de pais para filhos, de professor
para alunos, de políticos para cidadãos, e ainda de patrões para empregados.
No entanto, os
jovens da era digital estão abandonando a televisão de mão única para abraçar a
comunicação interativa e mais estimulante que encontram na internet. A TV está
se tornando uma mídia de fundo, parenta da música para elevadores. Sentar-se
mudo diante da TV - ou de um professor - não funciona para a geração atual. Os
jovens aprendem de um modo diferente, não sequencial, interativo, assíncrono,
multitarefa e colaborativo.
As mentes da nova
geração trabalham de uma forma que as tornará aptas a enfrentar os desafios da idade digital. Eles estão acostumados
à multitarefa e aprenderam a manejar o excesso de informação. Portanto, esperam
uma conversa de mão dupla. E mais: ter crescido no mundo digital os encoraja a
ser questionadores ativos.
Para se manter
relevantes, os professores terão de abandonar as aulas tradicionais e começar a
ouvir os estudantes, conversar com eles - saindo do modo de difusão para o modo
interativo. Depois, devem encorajar os alunos a descobrir por si mesmos e
aprender um processo de descoberta e pensamento crítico, em lugar de apenas
memorizar o estoque de informações do professor. Mais: eles precisam encorajar os
jovens a colaborar entre si e com outros fora da universidade. Por fim, eles devem
adaptar o estilo de educação ao estilo de aprendizado individual de seus
alunos.
MASHUP DON TAPSCOTT
OBS: Mensagem enviada pela minha aluna Andria, por email.
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