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sábado, 30 de julho de 2011

Minimamente Feliz!


A felicidade é a soma das pequenas felicidades. Li essa frase num outdoor em Paris e soube, naquele momento, que meu conceito de felicidade tinha acabado de mudar. Eu já suspeitava que a felicidade com letras maiúsculas não existia, mas dava a ela o benefício da dúvida. 

Afinal, desde que nos entendemos por gente aprendemos a sonhar com essa felicidade no superlativo. Mas ali, vendo aquele outdoor estrategicamente colocado no meio do meu caminho (que de certa forma coincidia com o meio da minha trajetória de vida), tive certeza de
que a felicidade, ao contrário do que nos ensinaram os contos de fadas e os filmes de Hollywood, não é um estado mágico e duradouro.

Na vida real, o que existe é uma felicidade homeopática, distribuída em conta-gotas. Um pôr-de-sol aqui, um beijo ali, uma xícara de café recém-coado, um livro que a gente não consegue fechar, um homem que nos faz sonhar, uma amiga que nos faz rir. São situações e momentos que vamos empilhando com o cuidado e a delicadeza que merecem alegrias de pequeno e médio porte e até grandes (ainda que fugazes) alegrias.

'Eu contabilizo tudo de bom que me aparece', sou adepta da felicidade homeopática. 'Se o zíper daquele vestido que eu adoro volta a fechar (ufa!) ou se pego um congestionamento muito menor do que eu
esperava, tenho consciência de que são momentos de felicidade e vivo cada segundo.

Alguns crescem esperando a felicidade com maiúsculas e na primeira pessoa do plural: 'Eu me imaginava sempre com um homem lindo do lado, dizendo que me amava e me levando pra lugares mágicos Agora, se descobre que dá pra ser feliz no singular: 'Quando estou na estrada dirigindo e ouvindo as músicas que eu amo, é um momento de pura felicidade. Olho a paisagem, canto, sinto um bem-estar indescritível'.
Uma empresária que conheci recentemente me contou que estava falando e rindo sozinha quando o marido chegou em casa. Assustado, ele perguntou com quem ela estava conversando: 'Comigo mesma', respondeu. 'Adoro conversar com pessoas inteligentes'
.

Criada para viver grandes momentos, grandes amores e aquela felicidade dos filmes, a empresária trocou os roteiros fantasiosos por prazeres mais simples e aprendeu duas lições básicas: que podemos viver momentos ótimos mesmo não estando acompanhadas e que não tem sentido esperar até que um fato mágico nos faça felizes.

Esperar para ser feliz, aliás, é um esporte que abandonei há tempos. E faz parte da minha 'dieta de felicidade' o uso moderadíssimo da palavra 'quando'.
Aquela história de 'quando eu ganhar na Mega Sena', 'quando eu me casar', 'quando tiver filhos', 'quando meus filhos crescerem', 'quando eu tiver um emprego fabuloso' ou 'quando encontrar um homem que me mereça', tudo isso serve apenas para nos distrair e nos fazer esquecer da felicidade de hoje. Esperar o príncipe encantado, por exemplo, tem coisa mais sem sentido? Mesmo porque quase sempre os súditos são mais interessantes do que os príncipes; ou você acha que a Camilla Parker-Bowles está mais bem servida do que a Victoria Beckham?

Como tantos já disseram tantas vezes, aproveitem o momento, amigos. E quem for ruim de contas recorra à calculadora para ir somando as pequenas felicidades.

Podem até dizer que nos falta ambição, que essa soma de pequenas
alegrias é uma operação matemática muito modesta para os nossos tempos. Que digam.

Melhor ser minimamente feliz várias vezes por dia do que viver eternamente em compasso de espera.

Leila Ferreira, jornalista

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Nem Cristo aguentaria ser professor nos dias de hoje....

Nem o Senhor Jesus aguentaria ser um professor nos dias de hoje.....

O Sermão da montanha - versão para educadores

Naquele tempo, Jesus subiu a um monte seguido pela multidão e, sentado sobre uma grande pedra, deixou que os seus discípulos e seguidores se aproximassem.

Ele os preparava para serem os educadores capazes de transmitir a lição da Boa Nova a todos os homens.

Tomando a palavra, disse-lhes:

 - “Em verdade, em verdade vos digo:
 Felizes os pobres de espírito, porque  deles é o reino dos céus.
 Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque  serão saciados.
 Felizes os misericordiosos, porque eles...”

 Pedro o interrompeu:
 - Mestre, vamos ter que saber isso de cor?

André perguntou:
- É pra copiar?

Filipe lamentou-se:
- Esqueci meu papiro!

Bartolomeu quis saber:
 - Vai cair na prova?

João levantou a mão:
 - Posso ir ao banheiro?

Judas Iscariotes resmungou:
 - O que é que a gente vai ganhar com isso?

Judas Tadeu defendeu-se:
- Foi o outro Judas que perguntou!

Tomé questionou:
- Tem uma fórmula pra provar que isso tá certo?

Tiago Maior indagou:
 - Vai valer nota?

 Tiago Menor reclamou:
- Não ouvi nada, com esse grandão na minha frente.

Simão Zelote gritou, nervoso:
 - Mas porque é que não dá logo a resposta e pronto!?
 
Mateus queixou-se:
 - Eu não entendi nada, ninguém entendeu nada!

 Um dos fariseus, que nunca tinha estado diante de uma multidão nem ensinado  nada a ninguém, tomou a palavra e dirigiu-se a Jesus, dizendo:
 - Isso que o senhor está fazendo é uma aula? Onde está o seu plano de curso e a avaliação diagnóstica? Quais são os objetivos gerais e específicos? Quais são as suas estratégias para recuperação dos conhecimentos prévios?

 Caifás emendou:
- Fez uma programação que inclua os temas transversais e atividades integradoras com outras disciplinas? E os espaços para incluir os parâmetros curriculares gerais? Elaborou os conteúdos conceituais, processuais e atitudinais?

Pilatos, sentado lá no fundão, disse a Jesus:
 - Quero ver as avaliações da primeira, segunda e terceira etapas e reservo-me o direito de, ao final, aumentar as notas dos seus discípulos para que se cumpram as promessas do Imperador de um ensino de qualidade. Nem pensar em números e estatísticas que coloquem em dúvida a eficácia do nosso projeto. E vê lá se não vai reprovar alguém! Lembre-se que você ainda não é professor titular...   

  


quinta-feira, 28 de julho de 2011

VI ENCONTRO ESTADUAL DE SERVIÇO SOCIAL E EDUCAÇÃO - 5 de agosto - Rio de Janeiro


Inscrições  no dia e local do evento.

No período da manhã será realizada a mesa: "Gestão Democrática e Participação em Fóruns da Educação", que terá entre seus palestrantes:

Profª. Dra. Deise Gonçalves Nunes – FSS/UFF
Prof. Dr. Frederico José Falcão – ANDES – SN/CTUR – UFFRJ
Profª. Me. Jurema Alves Pereira – UCB - Assistente Social da FASSO/UERJ – Integrante da Comissão de Educação/CRESS.

Na parte da tarde, após a apresentação cultural dos alunos do C.E. Guadalajara, os participantes do Encontro se dividirão em subgrupos com o objetivo de discutir o trabalho do assistente social nas diversas áreas do campo da educação, a partir do documento elaborado pelo Grupo de Trabalho Nacional de Educação do conjunto CFESS-CRESS.

Documento para discussão nos subgrupos

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Campanha “10% do PIB na educação pública” ganha força

A campanha pela defesa dos 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na educação pública está ganhando força. No dia 21 de julho, o CFESS esteve presente na sede do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN) para a reunião que definiu novas estratégias de divulgação e ampliação do movimento, que já conta com diversos sujeitos, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), o Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL), a Central Sindical e Popular Conlutas, a Assembleia Nacional dos Estudantes Livre (ANEL), entre outros.

“Se o Serviço Social defende a educação como um direito de todos/as, e exige que ela seja pública, gratuita, laica e presencial, é nosso dever estar nesse movimento", reafirmou a presidente do CFESS, Sâmya Rodrigues Ramos, confirmando a participação do Conselho Federal. E uma das estratégias apontadas na reunião foi a de ampliar o número de apoiadores à campanha, por isso o CFESS já faz o convite para toda a categoria: “assistentes sociais e estudantes de Serviço Social, essa é uma luta de quem defende a educação pública com qualidade e é contrária à precarização e mercantilização do ensino, em todos os níveis”, completa Sâmya. A conselheira Kátia Madeira também esteve presente na reunião.

Uma das justificativas para campanha, apontadas no documento "Por que aplicar já 10% do PIB nacional na Educação Pública?", é a de que o Brasil ostenta nesse início de século XXI, se comparado com outros países, incluindo vizinhos de América Latina, uma situação educacional inaceitável: mais de 14 milhões de analfabetos totais e 29,5 milhões de analfabetos funcionais (PNAD/2009/IBGE) – cerca de um quarto da população - alijada de escolarização mínima. “Esses analfabetos são basicamente provenientes de famílias de trabalhadores do campo e da cidade, notadamente negros e demais segmentos hiperexplorados da sociedade. As escolas públicas – da educação básica e superior - estão sucateadas, os trabalhadores da educação sofrem inaceitável arrocho salarial e a assistência estudantil é localizada e pífia", diz o documento.

Durante a reunião, as entidades apoiadoras da campanha fizeram questão de ressaltar a falta de comprometimento do governo brasileiro com a educação pública, exemplificada pela falta de investimentos públicos, e uma política de educação voltada para atender aos indicadores internacionais, que não se preocupa com a qualidade do ensino. O atual Plano Nacional de Educação também foi bastante criticado, porque não garante, de fato, a democratização do ensino.

"O argumento do Ministro da Educação, em recente audiência na Câmara dos Deputados, foi o de que não há recursos para avançar mais do que isso. Essa resposta não pode ser aceita. Investir desde já 10% do PIB na educação implicaria em um aumento dos gastos do governo na área em torno de 140 bilhões de reais. O Tribunal de Contas da União acaba de informar que só no ano de 2010 o governo repassou aos grupos empresariais 144 bilhões de reais na forma de isenções e incentivos fiscais. Mais de 40 bilhões estão prometidos para as obras da Copa e Olimpíadas. O Orçamento da União de 2011 prevê 950 bilhões de reais para pagamento de juros e amortização das dívidas externa e interna (apenas entre 1º de janeiro e 17 de junho deste ano já foram gastos pelo governo 364 bilhões de reais para este fim). O problema não é falta de verbas públicas. É preciso rever as prioridades dos gastos estatais em prol dos direitos sociais universais", diz outro trecho do documento que embasa a campanha.

O PIB representa a soma das riquezas geradas pelo conjunto dos mais diversos setores produtivos no país. Ele mede a diferença entre o custo de se produzir e o que se obtém como fruto dessa produção, o chamado valor agregado. O indicador é composto por itens como consumo das famílias e despesas do governo, informações sobre as exportações e importações, além dos investimentos. O PIB é divulgado trimestralmente.
Outras estratégias

Além de ampliar a campanha com a adesão de mais centrais sindicais, movimentos sociais e outras as entidades, foi proposto também, durante a reunião, que a campanha seja integrada à Jornada Nacional de Lutas, que acontecerá em Brasília (DF) entres os dias 16 e 27 de agosto. Como uma grande manifestação na Esplanada dos Ministérios e em frente ao Congresso Nacional está planejada para o dia 24/8, a ideia é que se crie a “ala dos 10% do PIB na educação pública” e que sejam distribuídos todos os materiais produzidos para a campanha.

Outra ação é a de realizar um encontro para aprofundar o debate sobre o financiamento da educação pública, previsto para o dia 23/8. “Não é só exigir os 10%, mas afirmar que querermos esses 10% aplicados na educação pública”, ressaltaram os/as participantes da reunião.

Há também o indicativo de realização de um plebiscito para que a população possa se posicionar acerca do tema, mas para isso, a campanha deve ganhar mais força para mobilizar um número maior de pessoas.

Fonte: http://www.cfess.org.br

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