Além de aprofundar os debates e qualificar a atuação do/a assistente social, evento reforçou a defesa de Educação coerente com o Projeto ético-político
"Uma reflexão aprofundada sobre a Educação a partir do Projeto ético-político do/a assistente social e uma contribuição imensurável à luta por uma Educação emancipadora". Esta é apenas uma das inúmeras análises positivas recebidas pelo Seminário Nacional de Serviço Social na Educação, que terminou nesta terça-feira, 5 de junho, no Centro de Convenções de Maceió (AL).
Veja como foram os trabalhos do primeiro dia do evento
As atividades do último dia de evento foram iniciadas com uma apresentação de Pastoril, folclore alagoano apresentado por crianças de uma escola municipal de Maceió. Em seguida, os/as representantes dos CRESS no GT Nacional de Serviço Social na Educação tiveram a tarefa de sistematizar e socializar as informações das mesas simultâneas que ocorreram na noite anterior.
Kléber Durat, da região Sul, trouxe o resultado do trabalho da mesa que discutiu Educação superior. Segundo ele, a questão da precarização do ensino superior foi recorrente no grupo, citando a falta de condições de trabalho e o não cumprimento das 30 horas. "Os/as assistentes sociais estão adoecendo em seus espaços", alertou. A falta de parâmetro mínimo para atuação de assistentes sociais nas universidades também foi criticada. "Tem universidades em que temos um/a assistente social para dez estudantes, outras com a proporção de um/a profissional para mil alunos/as". Outro desafio apontado por Kléber é o reconhecimento do Serviço Social por parte das reitorias e gestores. "Em algumas universidades, o que é de nossa competência ainda tem que passar pelo crivo de outras pessoas".
Em seguida, Francismeiry Queiroz, representante da região Centro-Oeste, e Fábio dos Santos, da região Nordeste, socializaram a discussão sobre Educação profissional e tecnológica. Segundo eles, um dos principais desafios do/a assistente social nesses espaços é superar o perfil conservador e tecnicista que os institutos federais (as antigas escolas técnicas) adquiriram desde a sua criação. "É fundamental a articulação dos/as profissionais de Serviço Social no sentido de construir estratégias, a partir do Projeto ético-político, para uma atuação cada vez mais crítica nos IFES", afirmaram. Uma sugestão apontada pela mesa foi a elaboração de subsídios para atuação dos/as assistentes sociais nos institutos.
Veja como foram os trabalhos do primeiro dia do evento
As atividades do último dia de evento foram iniciadas com uma apresentação de Pastoril, folclore alagoano apresentado por crianças de uma escola municipal de Maceió. Em seguida, os/as representantes dos CRESS no GT Nacional de Serviço Social na Educação tiveram a tarefa de sistematizar e socializar as informações das mesas simultâneas que ocorreram na noite anterior.
Kléber Durat, da região Sul, trouxe o resultado do trabalho da mesa que discutiu Educação superior. Segundo ele, a questão da precarização do ensino superior foi recorrente no grupo, citando a falta de condições de trabalho e o não cumprimento das 30 horas. "Os/as assistentes sociais estão adoecendo em seus espaços", alertou. A falta de parâmetro mínimo para atuação de assistentes sociais nas universidades também foi criticada. "Tem universidades em que temos um/a assistente social para dez estudantes, outras com a proporção de um/a profissional para mil alunos/as". Outro desafio apontado por Kléber é o reconhecimento do Serviço Social por parte das reitorias e gestores. "Em algumas universidades, o que é de nossa competência ainda tem que passar pelo crivo de outras pessoas".
Em seguida, Francismeiry Queiroz, representante da região Centro-Oeste, e Fábio dos Santos, da região Nordeste, socializaram a discussão sobre Educação profissional e tecnológica. Segundo eles, um dos principais desafios do/a assistente social nesses espaços é superar o perfil conservador e tecnicista que os institutos federais (as antigas escolas técnicas) adquiriram desde a sua criação. "É fundamental a articulação dos/as profissionais de Serviço Social no sentido de construir estratégias, a partir do Projeto ético-político, para uma atuação cada vez mais crítica nos IFES", afirmaram. Uma sugestão apontada pela mesa foi a elaboração de subsídios para atuação dos/as assistentes sociais nos institutos.
Nos debates sobre a Educação popular, resumidos pela representante da região Norte, Michelle Carneiro da Silva, foi destacada a importância de uma atuação de caráter social e emancipatória do Serviço Social com a população. E isso significa não compactuar com a chamada "cidadania capitalista", para qual, muitas vezes, em seu exercício profissional, o/a assistente social é chamado/a a reproduzir. "Nosso trabalho deve ter sempre como horizonte a dimensão formativa do indivíduo que, para além de possibilitar o acesso a direitos, deve trazer à população conteúdos ideológicos emancipatórios para uma nova ordem social. E nesse aspecto, o sujeito com o qual trabalhamos, é protagonista".
Para fechar os trabalhos da manhã, o representante da região Sudeste, Carlos Felipe Moreira, socializou as discussões sobre o trabalho do/a assistente social na Educação básica. Foi feito um alerta para uma política de educação repressora nas escolas, citando exemplos no Rio de Janeiro, em que a polícia militar é instalada dentro das instituições com a tarefa "de coibir a violência". O resultado disso, segundo o grupo, é um cerceamento da liberdade dos/as alunos/as e a restrição do acesso das famílias, em certos horários, nas escolas. Outro ponto abordado foi a questão da homofobia nas escolas, mostrando o quão importante é a intervenção do Serviço Social na formação básica do indivíduo, para a promoção da cultura do reconhecimento da diversidade de gênero, identidade de gênero e orientação sexual no cotidiano escolar.
Em seguida, foi aberto debate para o público presente e para os/as internautas que acompanhavam pela transmissão online. Outras sugestões foram incorporadas aos documentos com as sínteses das discussões, que serão socializadas em breve no site do CFESS.
Para fechar os trabalhos da manhã, o representante da região Sudeste, Carlos Felipe Moreira, socializou as discussões sobre o trabalho do/a assistente social na Educação básica. Foi feito um alerta para uma política de educação repressora nas escolas, citando exemplos no Rio de Janeiro, em que a polícia militar é instalada dentro das instituições com a tarefa "de coibir a violência". O resultado disso, segundo o grupo, é um cerceamento da liberdade dos/as alunos/as e a restrição do acesso das famílias, em certos horários, nas escolas. Outro ponto abordado foi a questão da homofobia nas escolas, mostrando o quão importante é a intervenção do Serviço Social na formação básica do indivíduo, para a promoção da cultura do reconhecimento da diversidade de gênero, identidade de gênero e orientação sexual no cotidiano escolar.
Em seguida, foi aberto debate para o público presente e para os/as internautas que acompanhavam pela transmissão online. Outras sugestões foram incorporadas aos documentos com as sínteses das discussões, que serão socializadas em breve no site do CFESS.
Para consolidar o Serviço Social na Educação
Os trabalhos da tarde foram antecedidos por uma apresentação musical de voz, violão e violoncelo. Após o espetáculo cultural, Ney Luiz Teixeira de Almeida, professor da UERJ e assessor do GT Nacional de Serviço Social na Educação, e Rosa Prédes, professora da UFAL e conselheira do CFESS, subiram ao palco para ministrar a mesa-redonda "A consolidação do Serviço Social na Educação: um desafio coletivo".
O professor Ney apresentou a sistematização do processo e dos resultados das discussões realizadas regionalmente em março de 2012 pelos CRESS, problematizando-a frente ao documento "Subsídios para o debate sobre Serviço Social na Educação" e às contribuições advindas dos grupos realizados nos dia anterior. Ele ressaltou a importância dos debates nos 24 eventos regionais que precederam o seminário nacional, que, segundo ele, reuniram ao todo mais de 3 mil participantes. "Foi interessante perceber o avanço da utilização da referência da concepção marxista, se comparado com os levantamentos iniciais dos estudos sobre a profissão no campo da Educação", assinalou.
Segundo ele, as estratégias apontadas nos debates situam, particularmente, "para a dimensão política do trabalho do/a assistente social, sublinhando a necessidade de ações articuladas com os movimentos sociais, com os demais sujeitos profissionais, sujeitos políticos e instâncias de controle social".
O professor da UERJ apontou também as requisições feitas aos/às assistentes sociais, como a implantação de rotinas para verificação das condições socioeconômicas e a realização de ações institucionais para assegurar condições de acesso a direitos.
Por último, Ney listou os principais desafios elencados no debates, como a relação com os/as profissionais da educação, a construção de um trabalho interdisciplinar e aspectos relacionados ao modo como a política educacional enfrenta seus problemas sem articulação com as demais políticas sociais. "Estamos mais próximos do que os/as assistentes sociais pensam e fazem na área de Educação".
Os trabalhos da tarde foram antecedidos por uma apresentação musical de voz, violão e violoncelo. Após o espetáculo cultural, Ney Luiz Teixeira de Almeida, professor da UERJ e assessor do GT Nacional de Serviço Social na Educação, e Rosa Prédes, professora da UFAL e conselheira do CFESS, subiram ao palco para ministrar a mesa-redonda "A consolidação do Serviço Social na Educação: um desafio coletivo".
O professor Ney apresentou a sistematização do processo e dos resultados das discussões realizadas regionalmente em março de 2012 pelos CRESS, problematizando-a frente ao documento "Subsídios para o debate sobre Serviço Social na Educação" e às contribuições advindas dos grupos realizados nos dia anterior. Ele ressaltou a importância dos debates nos 24 eventos regionais que precederam o seminário nacional, que, segundo ele, reuniram ao todo mais de 3 mil participantes. "Foi interessante perceber o avanço da utilização da referência da concepção marxista, se comparado com os levantamentos iniciais dos estudos sobre a profissão no campo da Educação", assinalou.
Segundo ele, as estratégias apontadas nos debates situam, particularmente, "para a dimensão política do trabalho do/a assistente social, sublinhando a necessidade de ações articuladas com os movimentos sociais, com os demais sujeitos profissionais, sujeitos políticos e instâncias de controle social".
O professor da UERJ apontou também as requisições feitas aos/às assistentes sociais, como a implantação de rotinas para verificação das condições socioeconômicas e a realização de ações institucionais para assegurar condições de acesso a direitos.
Por último, Ney listou os principais desafios elencados no debates, como a relação com os/as profissionais da educação, a construção de um trabalho interdisciplinar e aspectos relacionados ao modo como a política educacional enfrenta seus problemas sem articulação com as demais políticas sociais. "Estamos mais próximos do que os/as assistentes sociais pensam e fazem na área de Educação".
Já a conselheira do CFESS Rosa Prédes fez uma abordagem dos principais desafios em relação à consolidação do Projeto ético-político profissional no tocante às atribuições e competências dos/as assistentes sociais na Política de Educação, também baseada nos debates e documentos elaborados até então sobre o tema. Ela afirmou que o exercício profissional e sua autonomia são marcados por condições objetivas contraditórias, listando a dimensão técnica, a dimensão ético-política e a dimensão teórica.
Rosa Prédes falou também sobre o acervo técnico-operativo utilizado pelos/as assistentes sociais, pontuando aqueles de caráter individual com os/as usuários/as, de caráter coletivo, de caráter administrativo-organizacional (gestão, planejamento, coordenação, supervisão e monitoramento), e de formação profissional, capacitação e pesquisa (supervisão de estágio) e também sobre o conteúdo e direção ético-político das ações profissionais.
"Na sociedade capitalista, a intervenção institucional é sempre uma resposta incompleta aos conflitos da realidade. Os limites são dados pela desigualdade social e as possibilidades dadas pela noção de direitos sociais conquistados através de reivindicações. Eis o espaço contraditório para a ação dos/as profissionais", finalizou a conselheira do CFESS, ovacionada pela plateia.
Rosa Prédes falou também sobre o acervo técnico-operativo utilizado pelos/as assistentes sociais, pontuando aqueles de caráter individual com os/as usuários/as, de caráter coletivo, de caráter administrativo-organizacional (gestão, planejamento, coordenação, supervisão e monitoramento), e de formação profissional, capacitação e pesquisa (supervisão de estágio) e também sobre o conteúdo e direção ético-político das ações profissionais.
"Na sociedade capitalista, a intervenção institucional é sempre uma resposta incompleta aos conflitos da realidade. Os limites são dados pela desigualdade social e as possibilidades dadas pela noção de direitos sociais conquistados através de reivindicações. Eis o espaço contraditório para a ação dos/as profissionais", finalizou a conselheira do CFESS, ovacionada pela plateia.
Avaliação positiva
A mesa de encerramento do Seminário foi composta pela presidente do CRESS-AL, Valéria Coelho, e pela conselheira do CFESS e coordenadora do GT de Serviço Social na Educação, Maria Elisa dos Santos Braga.
A presidente do CRESS-AL destacou a satisfação de o Regional ter recebido e organizado o Seminário em Maceió, agradecendo a participação de todos/as, principalmente do público alagoano, que ocupou mais da metade das vagas.
A conselheira do CFESS Maria Elisa ressaltou a importância do evento para o aprofundamento da reflexão sobre uma concepção de educação coerente com o Projeto ético-político profissional e sobre as particularidades do trabalho do/a assistente social nesta política pública. "Sem dúvida, foi também um espaço de qualificação profissional e de defesa de uma Educação emancipadora", afirmou.
Também ao final do evento foram aprovadas moções, como as de apoio ao movimento grevista das universidades federais e a de defesa das 30 horas.
A mesa de encerramento do Seminário foi composta pela presidente do CRESS-AL, Valéria Coelho, e pela conselheira do CFESS e coordenadora do GT de Serviço Social na Educação, Maria Elisa dos Santos Braga.
A presidente do CRESS-AL destacou a satisfação de o Regional ter recebido e organizado o Seminário em Maceió, agradecendo a participação de todos/as, principalmente do público alagoano, que ocupou mais da metade das vagas.
A conselheira do CFESS Maria Elisa ressaltou a importância do evento para o aprofundamento da reflexão sobre uma concepção de educação coerente com o Projeto ético-político profissional e sobre as particularidades do trabalho do/a assistente social nesta política pública. "Sem dúvida, foi também um espaço de qualificação profissional e de defesa de uma Educação emancipadora", afirmou.
Também ao final do evento foram aprovadas moções, como as de apoio ao movimento grevista das universidades federais e a de defesa das 30 horas.
Fonte: CFESS: www.cfess.org,br