Quando analisamos a questão da indisciplina na escola, observamos que, quase sempre, é conseqüência de dificuldade de relacionamento do aluno/a com seus pares, com os professores e demais profissionais e, destes com o aluno/a.
Neste mundo competitivo, individualista e “virtual” que estamos vivendo, relacionar-se com o “outro”, olho no olho, tornou-se uma Arte, “entendendo Arte no seu sentido grego (téchne) de habilidade, destreza e capacidade, que se adquirem através da prática (práxis) das ações continuadas e repetidas com o propósito de se firmarem e constituírem um caráter, uma disposição para viver-com ou conviver não apenas com os próximos imediatos, com nossos semelhantes, mas também com os ‘outros’, os diferentes – e aqui está o nosso maior desafio” (Migliori-1998).
Observamos uma dificuldade de perceber a delimitação de espaço e de direito: “onde termina o meu e começa o do outro” e de estabelecer como princípio da boa convivência a ética: “não fazer ao outro o que eu não quero que façam comigo”.
Ética em seu sentido de maior amplitude tem sido entendida como a ciência da conduta humana perante o ser e seus semelhantes. Segundo Sanchez Vasquez “A Ética é a ciência que estuda o comportamento moral do homem na Sociedade” (1975-p.12).
Frente a essa indisciplina que vivenciamos na escola, faz-se necessário reabilitar a ética como prática, no cotidiano. Uma ética como direcionamento de vida, de comportamentos pessoais e de ações coletivas, “Os indivíduos são capazes de se constituírem em sujeitos, na medida em que esses se percebem como parte de um coletivo, porque o sentido se concretiza no outro. Neste sentido a completude entre o eu e o outro não é de mero acoplamento, poste que não se trata de seres divididos que buscam no outro sua metade. E a sala de aula é a relação entre o professor e o aluno. Um encontra no outro sua identificação e, concomitantemente, sua negação, pois o professor pressupõe o aluno e vice-versa.” (Marques, 2003 p.58)
Segundo o PCN (1998, p.61) trazer a ética para o espaço escolar significa enfrentar o desafio de instalar, no processo de ensino e aprendizagem que se realiza em cada uma das áreas de conhecimento, uma constante atitude crítica, de reconhecimento dos limites e possibilidades dos sujeitos e das circunstâncias, de problematização das ações e relações e dos valores e regras que os norteiam.
SANCHEZ VAZQUEZ, Adolfo. Ética/Adolfo Sanchez Vasquez; tradução de João DellÁnna. 27ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.
MIGLIORI, Regina de Fátima; DISKIN, Lia; ESPIRITO SANTO, Rui Cezar do. Ética, valores humanos e transformação. São Paulo: Fundação Peirópolis, 1998.
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quartos ciclos; Apresentação dos temas transversais. Brasília: MEC/SEF, 1998.
MARQUES, Jane Aparecida – Dissertação de Mestrado – As mil e uma faces do garoto BomBril: um estudo da reprodução recepção do discurso publicitário veiculado na mídia impressa. USP, 2003.
Um comentário:
Olá odete. Me chamo Vera sou graduanda 6º semestre faço parte de um grupo de estudos S.Social na Educação e achei o seu blog,muito interessante, gostaria de fazer divulgação para trocar ideias e conhecimentos.
meu e-mail é vluciar@ig.com.br
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