Transcrevo hoje aqui, neste espaço, um texto do meu amigo Valter, que é escritor e pesquisador.
Aproveito para desejar a todos/as um bom final de 2011 e um ótimo início de 2012.
bjos
Odete
Há tempos venho tentando compreender o real significado das confraternizações de final de ano em todo o mundo. Os tempos modernos são marcados por intensos conflitos de toda ordem: políticos, econômicos, sociais, étnicos, religiosos, dentre vários outros. Assistimos, nestes tempos, a crimes e enfrentamentos bárbaros, onde os valores humanos são deixados para o último plano. São milhares de assassinatos, latrocínios, estupros, crimes hediondos ligados à intolerância étnica e religiosa, à homofobia, crimes monstruosos contra mulheres e crianças, enfim, atrocidades que, na grande maioria das vezes, nos deixam, petrificados, horrorizados. Que tempos são esses afinal de contas? O que justifica tanta insanidade? Por que a mídia se delicia tanto ao noticiar tais monstruosidades?
Aproveito para desejar a todos/as um bom final de 2011 e um ótimo início de 2012.
bjos
Odete
Há tempos venho tentando compreender o real significado das confraternizações de final de ano em todo o mundo. Os tempos modernos são marcados por intensos conflitos de toda ordem: políticos, econômicos, sociais, étnicos, religiosos, dentre vários outros. Assistimos, nestes tempos, a crimes e enfrentamentos bárbaros, onde os valores humanos são deixados para o último plano. São milhares de assassinatos, latrocínios, estupros, crimes hediondos ligados à intolerância étnica e religiosa, à homofobia, crimes monstruosos contra mulheres e crianças, enfim, atrocidades que, na grande maioria das vezes, nos deixam, petrificados, horrorizados. Que tempos são esses afinal de contas? O que justifica tanta insanidade? Por que a mídia se delicia tanto ao noticiar tais monstruosidades?
Outras vezes presenciamos barbaridades sem nenhuma justificativa; matam-se por dez reais, por uma dose de aguardente. Aí indagamos: o que move a humanidade nestes tempos presentes? Qual ou quais os projetos de vida movem o ser humano? Será que existe nos tempos modernos algum projeto de vida, de mundo, de felicidade humana? Verificamos que existe uma forte indústria midiática que vive à custa da mediocridade humana, sobrevive das migalhas que caem da mesa da desgraça humana. Se pensarmos com mais profundidade, notaremos que o sistema capitalista sobrevive, nos tempos atuais, da miséria e da desgraça que toma conta da humanidade. Verificamos que o sistema que nasceu da promessa da felicidade humana [“liberdade, igualdade e fraternidade”], chegou a tal estado de degeneração que, nos tempos modernos sobrevive das mazelas resultantes da podridão da humanidade; indústria da fome, indústria de armamentos, da seca, do câncer, da AIDS, do narcotráfico, dos agrotóxicos, dos pesticidas, dos transgênicos, dos sequestros, enfim, para cada parcela da desgraça humana, se liga um determinado grupo que se enriquece.
Muitos devem perguntar; mas, por que é que esse cara tem que falar disso em plena época de festividades, de natal, do nascimento do “filho de Deus”? Eu digo meus (minhas) caros (as) Leitores (as)! É nessa época que toda a hipocrisia humana aflora com toda sua intensidade. Nessa época os piores inimigos dão as mãos, se abraçam em nome da fé, da solidariedade. Contudo, passado este momento se degolam com voracidade ainda maior. Nessa época em que milhares de pessoas se reúnem em torno de fartas mesas quilométricas, nossos irmãos morrem de fome no continente africano. Nessa época de “fraternidade extrema”, comunidades inteiras padecem de sofrimento por doenças espalhadas pelo projeto humano de sociedade, milhares de pessoas tentam, em vão, sobreviver muito abaixo da linha de pobreza.
Nessa época, a mesma mídia que enfatiza as piores atrocidades para vender suas notícias, que se utiliza durante todo o ano da desgraça humana para aumentar seus já gordos lucros, muda seu discurso e passa a ser a grande precursora da solidariedade e fraternidade humanas. É justamente nessa época que vemos os grandes grupos econômicos fazerem caridade com o dinheiro público, que assistimos os políticos mais corruptos distribuírem o sopão para os menos favorecidos [de olhos nos votos da próxima eleição]. Pois bem! Caros (as) Leitores (as)! Deixo aqui minha reflexão final: em nome de qual “Deus” esses senhores pregam a tal solidariedade? Em nome de qual “Deus” esses senhores distribuem mensagens de felicidade? De qual “amor”, de qual “justiça”, de qual “Fé” se falam nas festividades de final de ano? Enfim, para onde caminha a humanidade neste limiar de século XXI? Com certeza, caminha em direção a um novo modelo de sociedade: uma sociedade pautada nas mazelas da barbárie, uma sociedade na qual cada ser da nossa espécie se transforma em sucata, em dejeto humano, uma sociedade autofágica em toda a plenitude da palavra.
Valter Machado da Fonseca
Escritor. Pesquisador. Geógrafo, Mestre e doutorando pela Universidade Federal de Uberlândia.
Escritor. Pesquisador. Geógrafo, Mestre e doutorando pela Universidade Federal de Uberlândia.
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